segunda-feira, 27 de junho de 2011

O amor não pede licença, não faz cerimónia. Instala-se e convive paredes meias com tudo o que por cá dentro andava. Com tudo o que foi semeado, que cerimoniosamente foi entrando.
O amor não precisa de porta aberta nem de janela encostada. Entra desavergonhadamente sem pedir licença. Instala-se e damos mais de nós, somos mais de outros. O mundo passa a ser casa de quem tem amor.
Uma vez vi o amor entrar numa vida. Como todo o amor, entrou e não se anunciou; foi sentido como os ventos da Bolanha (despertam dias, adormecem cansaços).
Dessa vez vi a vida com amor. Coisa não anunciada, mas tão bem amada.
A falta de modos do amor faz a vida mais prazenteira. Dias que correm, conversas em tons cereja, beijos de olhos fechados e abraços.
O amor não pede licença, não faz cerimónia. Instala-se, mas nem sempre pousa a mala. Convive com tudo o que por cá dentro andava, transforma parte e parte.

A vida entra cerimoniosamente num outro compasso.

Sem comentários:

Enviar um comentário