quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sarabudja

Para quem por cá já passou estranha certamente a ordem dos post. Na verdade, sou uma novata nestas coisas e pfffffff... fiz desaparecer tudo. Mas brilhantemente (humildade is my middle name :-)) repus.

É o que dá ter um blog com inspirações sarabudjianos.
Tenho desde manhã mil coisas para escrever: o por que sim, o por que só agora, o por que isto, aquilo e mais 997 (pelo menos) fervilhantes motivações que me latejam nesta cabecita ajubada. (hoje bem menos do que o habitual por que passei longas horas à espera que a cabeleireira tratasse desta nuvem que me cobre o aparelho pensante)
Aviso que a primeira intenção é soprar ideias e não partilhar cientificidades, teorias ou elaboradas teses de inteligentérrimos pensadores.Também prometo não falar da novela das 5, 6, 7 ou 9 da noite, ou do vestido e da dieta da amiga da prima da vizinha do 5º esq.Soprarei. Com certeza que uns dias soprarei como quem afasta a pestana da cara do amigo, e outros haverá em que soprarei com a força de um verdadeiro furacão.
Entre a brisa e o vento que constipa aqui oscilarei.
Aqui sarabudja!

Mãe, só há uma!(e tem gás)

Depois de uns quantos dias de chuva e frio, a janela da superstar de trazer por casa inundava sol.
-"Bom dia! Lá fora está um dia lindo: está sol!"
Destapou a cabecita encaracolada, coçou os olhos enormes: -"obrigada mamã!"

Ele há dias assim...Nó na garganta por grande dose de alegria matinal? Isto merece um golinho de água._"Mãe, só há uma! E tem gás!"

Valha-me Deus!

Domingo fui à missa! Não, não estava acorrentada.Fui madrinhar a comunhão da minha afilhada.Permaneci até ao fim. Não me perdoaria não fazer esse sacrificio pela minha menina. Mas só pela menina.
A igreja estava cheia, por isso quente. O cérebro permaneceu intacto.Adivinhava que a cerimónia fosse para os papa hóstias do costume, lembrei-me que a igreja é fria e que o cérebro normalmente se ocupa com o aquecimento do corpo, porém... as centenas de pessoas que lá estavam não deixaram que o meu aparelho pensante trabalhasse noutra coisa se não nas palavras que ia ouvindo.
Depois de ouvir repetir, até à exautão, diga-se, "perdoai-nos senhor!" o padre decidiu contar aos presentes uma confissão que ouvira e o surpreendera.Pois surpreendida fiquei eu quando ele se lançou a uma descrição muito pouco discreta do que lhe foi segredado em confissão!?!Já não bastava um dos papa hóstias ter mandado calar todos os convidados para a casa do Senhor...sim, argumentou que a casa de Deus é local de silêncio! Pasmei, lógico. É que quando sou convidada para a casa de um amigo é p'ro "combibio".Domingo fui à missa. Mas tão cedo não me apanham lá. Valha-me Deus!

Dia da Criança

Grande bronca estar com uma branca na inspiração.Há uns dias que nada me faz soprar por aqui.
Mesmo sem inspiração à altura do Dia Internacional da Criança, não me posso esquecer que vivi num país onde hoje é feriado, onde as crianças ainda brincam na rua, onde os pais têm tempo para os ver crescer, onde aprendi que se pode ser feliz com muito pouco.
Para os meninos da terra da "sabura" e "morabeza" o meu sopro de "sodade".Para uma menina gigante no encanto o meu sopro de esperança.Para o meu menino... a minha brisa de mamã.

Sopro no coração

-Desculpa!
Ainda antes da pequena criaturinha acabar de o dizer, já a porta se me escapara das mãos e já apertado estava o meu coração. Eu disse apertado?? O que eu queria mesmo dizer era: DESTROÇADO (despedaçado, partido e mais uns quantos adjectivos tristes - serviam-lhe bem).
Dei uma volta por mim mesma. Lavei a tristeza com algumas lágrimas. Eu disse a tristeza? O que eu deveria ter confessado é que o que mais me doía era o ego.
Quando voltei à escada, senti-o na sola do sapato. Tive cuidado. Apanhei-o. Respirei fundo e pedi-me desculpa.
Abracei-o. O abraço pequenino agigantou-se. O beijinho doce lambuzou-me um buraquinho que abrira no coração. O meu beijo sossegou-lhe o arrependimento.

2 anos...

Ontem à noite reservei um bom lugar para maltratar este coração.
Sentei-me na segunda fila para assistir de perto a uma doce mas cruel agonia.

Passados dois exactos anos da minha aterragem na terra onde sempre me conheci, dei por mim a festejar o que trouxe do outro lado do oceano.

Fantástica noite!



A saudade não diminuiu, não desapareceu, não se transformou numa lembrança envolta em vapor que turva a memória. A saudade doía mais. Doeu tanto que me fez chorar.
Chorei contente a triste melancolia. Chorei sodade das pessoas, chorei sodade de cheiros, chorei sodade de uma vida diferente.
"Ah sodade sodade sodade."