terça-feira, 14 de junho de 2011

Mini-Crónicas de uma criatura com três palmos

Fechou a porta com a doçura que lhe era natural.
Encostou-se, deixou-se escorregar. Cena de cinema de domingo à tarde.
Tal criatura não se podia dar à vulgaridade de protagonizar cena de filme para massas.
Levantou-se, limpou a cara como se só o vento a tivesse feito chorar.
O frio foi carrasco dos braços nus e dos pés descalços.
Ficou ali. Deixou que a noite a castigasse. Abraçou-se. Soluçou baixinho e engoliu a vontade de mal dizer da vida.
Escolheu a lua grande e branca para lhe adivinhar pensamentos.
Sacudiu a ousadia de se sentir triste e sorriu de pirraça para o céu.

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