sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Promessas de fim de ano

Ontem olhei para ti como há muito não fazia. E sabes, cresceste aos meus olhos. Ouvi-te contar as tuas aventuras de menino e surpreendi-me com o que já és capaz de contar, com o brilho dos olhos que tens, e como tenho corrido das coisas boas da vida à procura de nem sei bem o quê.

Acho que esse brilho dos teus olhos fez um pequeno milagre: acordou-me deste entorpecimento que a ânsia de ter mais provoca na sabedoria de querer Ser melhor.

Tenho muita sorte, oh meu pequeno querubim de caracóis cor-de-chá! Sorte de te ter por perto, de me puxares para perto, de quebrares os meus silêncios com a tua maravilhosa e sonora presença.

Ontem quando já dormias, cheirei-te e passei as mãos na tua pele macia, mais do que veludo. Medi o teu tamanho, cobri-te deste outono que mais parece inverno, e cheirei-te, como só a ti o sei fazer, e com a certeza que o meu coração se aquece com o teu cheiro.

Agora que os crescidos todos fazem promessas para o novo ano, anunciam medidas drásticas para a sua vida, eu resolvi manter-me assim, como fui capaz de me manter ontem enquanto te ouvia e depois, quando te fui espreitar no sono: quero estar perto, capaz de me surpreender, mas também capaz de ter a certeza do que posso encontrar. Isso só faço se estiver perto, suficientemente perto para não me perder com os "nem sei bem quês da vida".