domingo, 24 de abril de 2011

Dos abraços e revoluções

Li hoje o que há muito tenho pensado.
Não é texto científico baseado em experiências de laboratório e dissecação de relações. Parece não ser mais do que uma constatação em jeito de desabafo. Talvez uma mensagem guardada numa garrafa que se sabe vai ser aberta por alguém. Por um certo alguém.
Falava de abraços, de amor, de maturidade. De gente madura que ama e abraça. Aconchega. Cuida. Da entrega amante e amorosa de quem estende os braços e os fecha envolvendo o corpo de quem estima, de quem quer, de quem deseja, por quem suspira, por quem, muitas vezes, acha que respira.
Dei por mim a querer iniciar uma revolução que se inspira nestes abraços. Quis correr à rua e colher magnólias, rosas vermelho sangue, margaridas brancas ou violetas.
Quis encontrar mais gente capaz de achar que amar é muito mais do que co-habitar, que amar é olhar, e mais do que olhar, ser capaz de ver, capaz de romper estridentes silêncios para gritar sentimentos, que é esquecer pequenas dores para sarar feridas alheias, é soprar nuvens. Pegar nessa gente e iniciar uma revolução.
Depor o regime da cruz que se arrasta, do silêncio que se atira ao outro em jeito de tortura doméstica, da arrogância da mão não estendida, dos braços que jamais abrem, por isso jamais envolvem, da cegueira e da surdez a que tantos se recolheram porque acham que dormem com o inimigo.
Somos muito do que vivemos, do que ouvimos e do que lemos.
Enquanto junto esta dúzia e meia de palavras ouço uma canção que fala da saudade e da distância, do convite para que alguém entre, provavelmente também abrace, uma confusão(que se é). Juntei-lhe uma outra que relata a história de um amor capaz de mudar mundos, invadir almas, desses amores de quem se abraça, se entrelaça, se acha graça.
Guardo a não secreta esperança que esta garrafa seja aberta. Que se não esmoreça esta minha vontade de abraçar e ser abraçada.

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